A VELHA DAMA DA PRAÇA DA REPÚBLICA
Palavras-chave:
Memória, FND, CACO, Democracia, PolíticaResumo
O artigo rememora o cotidiano da Faculdade Nacional de Direito (FND), durante a primeira metade da década de 1980, apontando as dificuldades, expectativas e esperanças do período, na ótica pessoal de uma testemunha participante daquele processo de resistência ao sucateamento da universidade pública.
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Referências
Notas:
[1] Advogado, Doutor em Literatura Comparada pela UERJ e Diretor do IBEP (Instituto Brasileiro de Estudos Políticos). Escreveu alguns livros, entre os quais, Esquerda e Projeto de Nação (Algo a Dizer/2019). No segundo semestre de 1984, foi eleito secretário-geral do CACO, mas terminou ocupando o cargo de presidente após sucessivas e pitorescas renúncias em sua chapa.
[2] O banheiro do segundo andar da faculdade desabou, no início de 1985. Para nossa sorte não houve vítimas a não ser os danos ao amor próprio da instituição. Com o objetivo de exigir o imediato reparo das instalações, o Centro Acadêmico marcou uma ida coletiva dos alunos até a reitoria, em 3 ônibus cedidos pelo secretário de Transportes do estado do Rio de Janeiro e ex-aluno da FND, Brandão Monteiro. Lá chegando, fomos recebidos pelo sub-reitor de patrimônio e pelo próprio reitor, Adolpho Pollilo. Confrontados com a indignação coletiva, as autoridades universitárias determinaram o imediato início das obras de emergência. O episódio serve para aferir o grau de sucateamento da UFRJ durante a lenta agonia da ditadura civil militar.
[3] Minha gestão no Caco teve por presidente eleito o Vinícius Cordeiro, um ser humano sorridente e boa-praça, ex - dirigente do América FC que, ao momento em que escrevo, é secretário municipal de Proteção e Defesa dos Animais da Prefeitura do Rio. Vinha fazendo um trabalho importante à frente do Centro Acadêmico, inclusive nas gestões visando a dinamização da Comissão Paritária de Estágio da OAB. Ao final de 1984, foi eleito diretor da UNE. A partir daí nunca mais deu o ar da graça na faculdade.