INTERSECCIONALIDADE E SEUS ASPECTOS SOBRE A MULHER NEGRA NO DISTANCIAMENTO AO ACESSO À JUSTIÇA

Autores

  • Juliana Rodrigues Ferreira

Palavras-chave:

interseccionalidade, gênero, raça, classe e justiça

Resumo

O trabalho a seguir é fruto de consultas, estudos e pesquisas que demonstram, por diversos aspectos e narrativas o apartamento que existe entre o sistema judiciário brasileiro e a mulher negra. Onde a interseccionalidade, como instituto metodológico por tentáculos de opressões sociais, em especiais: classe, raça e gênero, ao se cruzarem impulsionam o comportamento e as decisões da sociedade. Forma que, se em um ambiente majoritariamente composto de pessoas brancas, masculinas, formadas e com privilégios político- econômicos, neste cenário comumente são os juristas (magistrados, promotores, delegados, defensores públicos e advogados), ocupam-se de entendimentos e aceitações limitadas à pessoas de lugar extraordinariamente oposto, predominantemente vítimas de violência, agressões, danos e lesões físicas, morais e materiais; predominados por mulheres negras que estão na base da pirâmide social; desprivilegiadas pelo ataque das opressões, brutais ou sutis, mas que resultam na complexidade destas em acessar a justiça, como forma de proteção e reparo. Por estímulo do racismo que corrobora, desde o colonialismo, a interpretação de superioridade das raças pela cor da pele. Bem como, o sexismo, pela atitude de desqualificação do gênero feminino em frente ao gênero masculino. Estes elementos, conforme os dados expostos a seguir, sem atenção para uma política pública no campo jurídico que integre a interseccionalidade resultam e, assim permanecerá em ausência de justiça às mulheres negras e ou julgamentos equivocados que não considerem os fatos de opressão encruzilhados.

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Referências

REFLEXÕES FINAIS

Finalmente, diante de estudos e pesquisas exibidas é cristalino que o abismo social entre o mundo jurídico e a vivência da mulher negra estrutura a falta de consonância as individualidades interseccionalizadas. Razão que evidencia o perigo no crescimento das desigualdades, a omissão ou desconhecimento por parte do Sistema Judiciário dos afetos à mulher negra enquanto posicionada na base da pirâmide social, distante da justiça e seu reconhecimento e proteção. Aguardando a ação de transformação para mudar este cenário em prol de uma justiça de equidade. REFERÊNCIAS AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Pólen, 2019. GELEDÉS – INSTITUTO DA MULHER NEGRA. A situação dos direitos humanos das mulheres negras no Brasil. Disponível em: http://fopir.org.br/wp-content/uploads/2017/01/Dossie-Mulheres-Negras-.pdf, Acesso em 25/05/2020. IPEA. Mulheres ganham 76% da remuneração dos homens. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=3 4627 , Acesso em 25/05/2020. MBEMBE, A. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política de morte. São Paulo: N-1 Edições, 2018. MOREIRA, A. J. Pensando como um negro: ensaio de hermenêutica jurídica. São Paulo: Editora Contracorrente, 2019. OLERJ. As mulheres negras são as maiores vítimas da violência. Disponível em: http://olerj.camara.leg.br/retratos-da-intervencao/as-mulheres- negras-sao-as-maiores-vitimas-da-violencia, Acesso em 25/05/2020. NOTAS: 1 Advogada graduada pela Universidade da Cidade, especializada em Direito Processual Civil pela Universidade Cândido Mendes. 2 2019, p 58 3 2019, p 62-63 4 Disponível em: http://olerj.camara.leg.br/retratos-da-intervencao/as-mulheres-negras-sao-as- maiores-vitimas-da-violencia, acesso em 25/05/2020 5 Disponível em: http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=34627 ,acesso em 25/05/2020 6 Disponpivel em: http://fopir.org.br/wp-content/uploads/2017/01/Dossie-Mulheres-Negras-.pdf, acesso em 25/05/2020 7 2018, p 17 8 2019, p 59-60 9 2019, p 244-245

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Publicado

07.10.2025

Como Citar

Juliana Rodrigues Ferreira. (2025). INTERSECCIONALIDADE E SEUS ASPECTOS SOBRE A MULHER NEGRA NO DISTANCIAMENTO AO ACESSO À JUSTIÇA. Revista Eletrônica Da OAB-RJ. Recuperado de https://revistaeletronicaoabrj.emnuvens.com.br/revista/article/view/620

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