UM OLHAR ALÉM DO DIAGNÓSTICO

Resumo

Introdução: quando tempo se dobra
Há momentos na vida em que o tempo se dobra. Não como poesia, mas como urgência.
De repente, o mundo desacelera, o olhar se volta para dentro e o futuro que antes parecia tão
vasto,
encolhe-se
em
perguntas
sem
respostas.
Esse é o efeito de um diagnóstico oncológico. Ele não recomeça no exame, nem termina
no prontuário. Começa no abalo da identidade, na reconfiguração da rotina, no silêncio que
toma conta das palavras. E continua, muitas vezes, na solidão invisível que acomete quem tenta
seguir em frente enquanto o corpo é tratado, mas a alma segue em suspenso.
É nesse instante que a medicina e o direito devem caminhar juntos, não como
instituições abstratas, mas como presenças humanas. Porque quem enfrenta o câncer não
precisa apenas de soluções clínicas ou respostas legais. Precisa de escuta, de dignidade, de
sentido.