O que não é LAWFARE?

Autores

  • Rogerio Dultra dos Santos

Palavras-chave:

LAWFARE, Guerras Híbridas, Justiça

Resumo

O artigo discute a prática do Lawfare e sua relação com a manipulação do sistema
jurídico para fins políticos, com foco nas injustiças estruturais que afetam movimentos
sociais, minorias e figuras políticas progressistas. Ao destacar casos de perseguição
deliberada, como o de movimentos sociais, negros, mulheres e militantes feministas, o autor
questiona se essas práticas podem ser classificadas como Lawfare ou se refletem, na verdade,
as falhas estruturais do sistema judiciário, como seu caráter classista, racista e machista. O
texto alerta para o perigo de generalizar o conceito de Lawfare, que, embora reconheça abusos
do sistema, também pode ser usado de forma excessiva e descontextualizada, prejudicando a
compreensão das diversas formas de injustiça no país.
O conceito de Lawfare, como o uso do direito como instrumento de guerra política, é
apresentado como uma ferramenta estratégica em guerras híbridas, que buscam desestabilizar
governos e sociar sistemas democráticos a interesses geopolíticos. O autor associa a prática
ao enfraquecimento da democracia em países como o Brasil, onde, após processos de
desestabilização política, o sistema judiciário se torna um aliado do poder econômico e
político. A utilização do Lawfare, especialmente por meio de campanhas de desinformação e
manipulação do judiciário, é vista como uma ameaça direta à soberania política, com o
objetivo de garantir o controle por forças externas e internas, alinhadas à lógica neoliberal e
de dominação

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Biografia do Autor

Rogerio Dultra dos Santos

Possui graduação em Direito pela Universidade Católica do Salvador (1997), mestrado em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (2000) e doutorado em Ciência Política pelo então Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro – IUPERJ (2006).

Atualmente é Professor Titular do Departamento de Direito Público da Universidade Federal Fluminense (UFF), Professor e Vice-Coordenador do Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Justiça Administrativa (PPGJA-UFF, gestão 2024-2028). Integra o Centro de Estudos sobre Desigualdades Globais (CDG-UFF) e o Grupo de Estudos Argumentação, Retórica e Democracia (GARDEM-UFF).

Foi membro da ABJD (Associação Brasileira de Juristas pela Democracia), fundador e coordenador do Mestrado em Direito Constitucional da UFF (2011-2014), colaborador da Comissão Especial de Estudos e Combate ao Lawfare da OAB-RJ (2023-2024) e membro, além de Presidente, da Comissão da Verdade da Cidade de Niterói (2013-2016).

É autor dos livros Teoria Constitucional, Ditadura e Fascismo no Brasil (Tirant lo Blanch, 2021), Agonia e Vertigem: o sequestro da Democracia no Brasil (Kotter, 2022) e A Tragédia do Leviatã: estética, pedagogia e catarse em Thomas Hobbes (EdUFF, 2025, no prelo).

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Publicado

20.08.2025

Como Citar

Rogerio Dultra dos Santos. (2025). O que não é LAWFARE?. Revista Eletrônica Da OAB-RJ. Recuperado de https://revistaeletronicaoabrj.emnuvens.com.br/revista/article/view/189

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